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Atriz mineira traz reflexão sobre os “destroços da colonização” dentro de uma cultura preta

Atriz mineira traz reflexão sobre os “destroços da colonização” dentro de uma cultura preta

Graduada em Teatro pela UFU, Juliana Iyafemi, natural de Araguari, protagoniza curta-metragem que estreia nesta quinta-feira (24)

Se 2020 foi um ano em que desaceleramos e paramos para refletir sobre a vida, o filme “Entenebrecida – Um experimento sobre a carne” traz uma contribuição pertinente e necessária para esse momento da humanidade. Especialmente para um Brasil, onde os laços com o seu ado e suas raízes ainda são relegados e encontram solo fértil num ambiente de polarização política e aumento da intolerância. Situações que nos tempos atuais já deveriam ter sido superadas, mas assim como uma ferida que demora para cicatrizar, a mensagem trazida pelo curta-metragem produzido em pleno ano de pandemia também expõe dores e marcas de uma sociedade que ainda precisa evoluir.

A estreia do curta será nesta quinta-feira (24), às 9h, pela plataforma Zoom, onde o público ainda poderá participar de uma roda de conversa com os realizadores do projeto. A exibição é gratuita e para acompanhar é preciso fazer a inscrição pelo e-mail [email protected] . O vídeo ainda ficará à disposição do público no Instagram @juiyafemi e @rafaellucasbacelar e no Youtube Juliana Iyafemi durante duas semanas, podendo ser ado em qualquer dia e horário, de forma gratuita.

“Entenebrecida” mira os holofotes na questão racial, de classe, de gênero e canaliza sua energia na elucidação das culturas de matrizes afrodescendentes, o que na essência é um trabalho de valorização da própria história do Brasil. É, ainda, um trabalho em que a idealizadora e protagonista, a atriz Juliana Iyafemi, utiliza para expressar de corpo e alma sua própria cultura. Como ela mesma diz na narrativa, está tudo “branco demais” para conseguir enxergar, distinguir o que os olhos veem, pois “luz demais dói”. Daí é preciso escurecer um pouco para melhorar o campo de visão e entender o que está acontecendo.

E o que ela nos mostra durante 10 minutos de performance é a busca pelo sentido das palavras, por um sentimento de pertencimento, a ocupação de espaços, a conscientização de que nossas diferenças não impedem que tenhamos os mesmos direitos.

Protagonista

Formada em Teatro pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), bailarina e produtora cultural, Juliana Iyafemi é uma artista movida pela sua própria inquietação. Nascida e criada em Araguari (MG), atualmente vive em Natal (RN) e se prepara para novos desafios no sul da Bahia; já rodou o país em apresentações de dança, teatro, rodas de capoeira, dentre outros projetos que reforçam o quanto a cultura afro está enraizada em nossa sociedade.

Essa mesma inquietação é evidenciada pelo diretor Rafael Bacelar, que utiliza fotografias e ilustrações para relatar os acontecimentos ao longo do tempo e fazer um contraponto entre evolução versus intolerância. Um resultado de suas pesquisas na área do teatro e da dança aliadas às lutas sociais. Bacelar é mineiro e hoje vive no Rio de Janeiro. É ator, pesquisador, drag queen, mestre de cerimônias e barman. Fundador da Companhia Toda Deseo, integrante da plataforma Cabaré das Divinas Tetas e trabalha como ator na Companhia Brasileira de Teatro.

O nome do curta é uma referência à beleza e à profundeza da cor enegrecida pelo corpo e pelo tom da palavra, e que ganha vida na mistura de cenas marcantes e danças inspiradas em ritmos africanos. “É uma experiência para o público, um despertar para a reflexão, a consciência. O público recebe estímulos que podem mudar o seu dia, a sua vida”, diz Juiliana Iyafemi.

Serviço:

“Entenebrecida – Um experimento da carne”

Direção/dramaturgia/edição: Rafael Bacelar
Idealização e atuação: Juliana Iyafemí
Arte: Fernando Franco
Produção: Grupo de Artes Comboio
Agradecimentos: Iúna Lopes, Eliana Lopes, Márcio Abreu, Rafael Bacelar, Fernanda lors, Tecessol – Grupo de Teatro Facetas, ilê axé afinka.

Estreia: 24/12/2020
Horário: 9h
Onde: Plataforma Zoom
Inscrições: [email protected]
Quanto: gratuito

Aldair dos Santos

Formado em Comunicação Empresarial pela Faculdade Pitágoras e Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo (UNITRI), em Uberlândia, o jornalista Aldair dos Santos atua há mais de 20 anos na área de Comunicação e Mídias Digitais.

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